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A música na casa espírita

Caros companheiros do ideal musical espírita.

A arte espírita ainda é algo embrionário, no sentido de que ainda não conhecemos e entendemos o seu real valor e significado. Muito ainda temos a trabalhar para vislumbrarmos nossas possibilidades de criação e participação na obra divina, aprendendo a traduzir em arte nossos mais profundos sentimentos sublimados. A vaidade e o orgulho são pedras para o tropeço dos artistas, que, às vezes, querem ser maiores que suas obras. E isso acontece também no meio espírita.

Por falta de expressão adequada, ainda a chamamos de “Arte Espírita”, "Música Espírita". Mas, no futuro, certamente teremos outra nomenclatura mais universalista.

Por ora, cabe ao artista que milita no ambiente espírita, primeiramente, buscar seu aprimoramento e autoconhecimento, para entender melhor qual é seu papel nesse meio. Tentar forçar a aceitação da arte espírita nos centros é tarefa das mais difíceis, pois parte-se do pressuposto que as pessoas gostarão de todo e qualquer trabalho levado ao palco, apenas por ser espírita. Um olhar mais consciente verificará que acontece muitas vezes o contrário: não só por falta de técnica, de espaço, de equipamentos etc, mas também por falta de um teor mais profundo nas canções, nos textos teatrais e nos versos. Nem sempre a arte que se propõe é suficientemente lapidada para ocupar seu espaço.

Antes de subirmos ao palco, é necessário cativar o público aqui em baixo. E será esse mesmo público que nos dirá o momento certo de encenar, de fazer uma apresentação musical, de declamar nossos versos. Hoje, pela facilidade da tecnologia, o músico grava um CD e depois vai divulgá-lo, querendo que todos comprem seu trabalho só porque é espírita. O ator escreve uma peça de sua própria inspiração, sem embasamento teórico, sem estudo, e a encena, despreocupado com as impressões que irá causar no público, confiante que a Espiritualidade aplaude e toma conta de tudo. Porém, devemos procurar as pessoas realmente interessadas na melhoria de nosso trabalho para colher delas críticas salutares e verdadeiras. Os amigos muitas vezes não nos ajudam com elogios demasiados. Saibamos nos preparar para o “não gostei”, “podia ser melhor”, "acho que não está bom ainda”, porque só assim saberemos onde temos que melhorar. E sempre podemos melhorar. O Espiritismo merece essa dedicação, cumprindo sua missão de emissário fiel da mensagem do Cristo.

Os dirigentes das casas espíritas são muitas vezes arraigados em costumes antigos e não permitem que o jovem manifeste sua criatividade, é verdade. Negam-se a apoiar a arte por medo do que possam estar divulgando sem a devida orientação. Mas então, quem poderá orientá-los sobre como fazer corretamente?

Os artistas espíritas estão querendo fazer o melhor, porém acham-se, às vezes, perdidos, sem saber o que fazer com sua vontade de criar e colaborar com a Doutrina Espírita. Parece-nos, à primeira vista, que ainda não é chegado o momento. Tudo em seu tempo. A colheita só vem depois da sementeira. É imperioso dela não desistir, contribuindo sem esperar retribuição.

Tenho insistido na divulgação da música espírita e tenho tido alguns êxitos. Não pretendo desistir.

Tenhamos paciência porque esse quadro vai se renovar. A Lei do Progresso é uma Lei Divina. Então, até lá, devemos amar, trabalhar, esperar e perdoar.

Temos muito ainda o que discutir e aprender.

Fé no futuro e consciência cristã. Esse é um bom lema.

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